Começo por agradecer os parabéns. O meu artigo não merecia tanto, mas é sempre grato ouvir uma palavra de apreço.
No meu entender, a Sr.ª Dr.ª Marta Silva Moreira personifica aquilo que eu penso quanto à nossa comum língua. É uma digna representante do povo brasileiro, mas é um orgulho que seja também portuguesa. Nasceu num país, mas é espiritualmente filha de dois.
Cidade litorânea, besteira, digo a ele, parabenizar, são termos utilizados no Brasil, mas que lidimamente pertencem à comum língua (ex.: besteira e parabenizar já estão registados no novo dicionário português ACL-Verbo; digo a ele, digo a ela, condenadas pelos gramáticos, podem num contexto evitar a ambiguidade do digo-lhe, exigindo muitas vezes o pleonasmo: digo-lhe, a ele, que ...; mas, a ela, que ... [é até frequente as crianças portuguesas usarem estas expressões...]).
Não adianta dizer que as línguas são diferentes. O seu escorreito texto, brasileiro, poderia ter sido escrito quase exactamente da mesma maneira por um português também culto.
Parafraseando um ditado popular: os isolacionistas vozeiam, mas a unidade natural não desanima.
Os meus cumprimentos de irmão na língua.