Agradecemos a mensagem do professor Joaquim Faria – são imprescindíveis as críticas dos consulentes, pois é para eles que é feito o Ciberdúvidas e são eles quem o utiliza – e apreciámos as observações certeiras que faz. São situações que não nos são desconhecidas, mas relativamente às quais a resolução é difícil e demorada. Fica aqui uma breve explicação, tendo também em conta outros consulentes que nos têm feito chegar o mesmo tipo de reparos:
1 – A Fundação Vodafone Portugal sugeriu a criação de aplicações do Ciberdúvidas para smartphones e tablets, de forma a nos adaptarmos às inovações tecnológicas e ir ao encontro dos novos hábitos dos utilizadores. E que, a prazo, contribuíssem igualmente para alguma receita suplementar.
2 – A Fundação Vodafone Portugal ofereceu-se para financiar o desenvolvimento das aplicações (a cargo da empresa NoShape), mas era necessário adaptar a estrutura interna da página do Ciberdúvidas para que as aplicações funcionassem (não conseguimos agora pormenorizar os detalhes técnicos desta adaptação, mas aquilo que se impunha não era uma simples mudança de visual). Essa modernização da estrutura do site ficaria a cargo do Ciberdúvidas.
3 – Devido à perda de um dos patrocinadores, foi decidido adaptar o Ciberdúvidas para se ligar às referidas aplicações e acomodar a introdução de publicidade, algo que sempre se procurou evitar para não ter a presença de elementos externos a um serviço da natureza que aqui se presta. Uma inevitabilidade nestes tempos de escassez de apoios públicos ou privados.
4 – Devido às consabidas restrições financeiras do Ciberdúvidas – cuja continuidade, de resto, só foi possível garantir no verão passado com o generoso apoio de um grupo de consulentes, mesmo assim, aquém das necessidades de custeamento deste serviço –, a escolha da assessoria técnica para a criação da nova página foi feita com base no valor de custo mais baixo. Infelizmente, o processo revelou-se moroso, ficou incompleto e teve resultados muito negativos, entre os quais a perda e a desconfiguração de hiperligações e a ineficiência do motor de busca.
5 – A rápida resolução destes problemas implica um investimento financeiro que não está ao alcance do Ciberdúvidas. Por essa razão, tem sido feito um esforço interno, desde meados do ano passado, desviando os já de si limitados meios humanos das tarefas do consultório linguístico e da dinamização das restantes rubricas do Ciberdúvidas para a resolução de problemas de funcionamento da nova página e transferência manual – pergunta a pergunta, texto a texto – dos conteúdos da base de dados do antigo Ciberdúvidas. Foi por isso que solicitámos também a ajuda de quem nos consulta na identificação dos erros nas hiperligações (as hiperligações que desapareceram por completo estão já a ser reparadas por nós).
6 – As falências do motor de busca têm sido progressivamente resolvidas, mas o resultado é ainda insatisfatório. No caso do exemplo referido, a pesquisa no antigo Ciberdúvidas remetia para 27 respostas, 5 artigos e 6 aberturas. A mesma pesquisa no novo Ciberdúvidas – com a palavra vende-se – não apresenta nenhum resultado devido a um problema do motor de busca na leitura do hífen. Se se pesquisar vende, são apresentados como resultados 231 respostas, 62 artigos e 4 notícias, mas os primeiros 12 resultados das respostas são os mais relevantes, visto que se referem especificamente à utilização da forma vende(-se). Estamos, pois, a trabalhar no sentido de que a apresentação dos resultados tenha em conta a informação relevante e que a apresentação seja mais ordenada, em vez da longa lista que obriga à utilização do comando de procura do navegador.
Em jeito de conclusão, a tristeza que o professor Joaquim Faria manifesta – como, de resto, muitos outros estimados consulentes do Ciberdúvidas – é duplamente partilhada por nós. Por um lado, estamos tristes por sentir que é a razão de ser deste projeto quem tem, neste momento, mais dificuldades em utilizar os recursos; por outro lado, sentimos a tristeza de vermos o trabalho feito anteriormente, material que estava funcional, deitado por terra.
Fica a promessa: como tem sido a tónica da própria existência do Ciberdúvidas, não esmorecemos perante estas dificuldades e acreditamos que este obstáculo será ultrapassado. Ao professor Joaquim Faria e a quantos não dispensam este espaço à volta da língua portuguesa, pedimos a necessária compreensão para estas dificuldades. E, tanto quanto possível, o apoio amigo através de observações críticas ao funcionamento da página, à semelhança da mensagem que nos enviou.
Os nossos agradecimentos.