Assistindo pela televisão à reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas do dia 14 de Fevereiro, a propósito do Iraque, estive a observar as declaraçöes dos diferentes países, bem como a ouvir a forma em que cada um se pronunciava sobre o tema nos respectivos idiomas. Assim, o México, o Chile e a Espanha fizeram as suas declarações em Espanhol; a França, a Guiné-Conakry fizeram em Francês; a China em Chinês; a Rússia em Russo; a Alemanha em Alemão; o Iraque (país convidado) em Árabe; os Estados Unidos, o Reino Unido... em Inglês, etc. Estive durante toda a transmissão à espera de que chegasse a vez de Angola e assim poder ouvir umas palavras em Português. Que inocência a minha! Entre a surpresa e a perplexidade, ouvi o representante deste país lusófono expressar-se em Inglês. Pergunto: porquê? Confesso que fiquei triste e confuso. Acaso Angola tem vergonha da sua língua e das suas origens? Será que a língua portuguesa é uma língua minoritária falada por uns quantos desgraçadinhos que não sabem apreciar e valorizar essa identidade própria? Pensava eu que estamos a falar da terceira língua europeia mais falada no mundo, utilizada por mais de 200 milhões de pessoas em quatro continentes!... Porque é que o Chile fala em Espanhol e Angola não o faz em Português, preferindo venerar a língua de Shakespeare? O que eu sei é que, assim, a língua portuguesa e a lusofonia NÃO VÃO BEM!
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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