1. O consulente está no seu direito de não querer dar «nem um cêntimo» que ajude nos custos de um serviço como não há outro no seu género em todo o espaço de língua oficial portuguesa – seja na sua natureza, de serviço público, gracioso, de acesso universal e sem fins lucrativos, seja como espaço de esclarecimento, informação e debate sobre o idioma oficial de oito países, plural e sem qualquer alinhamento ou dependência, económica, política ou governamental, deste ou daquele país, campanha ou lóbi organizado.
2. O consulente está no seu direito, inclusive, porque gostaria que o Ciberdúvidas não fosse o que é – um espaço-referência sobre a língua portuguesa em toda a sua diversidade histórica e geográfica, inclusive no acolhimento equidistante de quaisquer correntes ou pontos de vista divergentes –, mas fosse, antes, uma tribuna contra isto ou favor daquilo.
3. Só não está no direito do consulente confundir as suas opções e desejos pessoais com a verdade dos factos.
4. E ela – a verdade dos factos – é só esta: não há campanha, por mais legítima que ela seja a título individual ou de grupo, que sacrifique o prestígio acumulado pelo Ciberdúvidas, nos seus, já, 17 anos de existência da mais ampla pluralidade até nos assuntos mais polémicos (com a separação, sempre clara, do que é opinião e do que é informação).
5. Basta aceder-se às rubricas Controvérsias e Acordo Ortográfico para aí se encontrar, praticamente, tudo o que se escreveu de mais relevante, pró, contra ou simplesmente noticioso, sobre temas tão diversificados como, por exemplo, o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, o Dicionário Terminológico ou o Acordo Ortográfico1, tanto em Portugal, como no Brasil e noutros países de fala comum. E ela, a verdade dos factos, não podia ser mais esclarecedora.
1 A posição do Ciberdúvidas quanto ao Acordo Ortográfico está há muito esclarecida: http://ciberduvidas.pt/aberturas.php?id=1453 . Só não a entende quem gostaria que o Ciberdúvidas fosse aquilo de que o consulente acusa o Ciberdúvidas: que o Ciberdúvidas passasse a estar ao serviço de interesses alheios à sua razão de ser.