Em Portugal, o termo vilancete aparece pela primeira vez no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende (1516). Designa uma forma poético-musical composta por um mote curto (dois ou três versos) e uma ou mais coplas (estrofes) de sete versos. A métrica utilizada era a redondilha, maior (7 sílabas métricas) ou menor (5 sílabas métricas).
De início, o mote do vilancete era tirado de uma canção popular vilã, e daí a designação de vilancete que, referindo-se inicialmente ao mote, pouco depois passou a designar todo o poema.
Transcrevo um dos vilancetes mais conhecidos do Cancioneiro Geral:
Meu bem, sem vos ver,
se vivo um dia,
viver não queria.
Calando e sofrendo
meu mal sem medida,
mil mortes na vida
sinto, não vos vendo.
E pois que, vivendo,
morro toda via,
viver não queria.
Conde de Vimioso (II, 318)
Poderá encontrar informação mais desenvolvida no Dicionário de Literatura, de Jacinto do Prado Coelho, ou outro congénere.