"Fosse" é uma forma do verbo ir no pretérito imperfeito do conjuntivo.
Na flexão deste verbo aparece o supletivismo verbal, ou seja, o verbo ir, proveniente do latino ire (ia, irei, iria, indo, ido), completa a sua flexão com formas oriundas de verbos diferentes, designadamente, de vadere (vou, vais, vai, vamos, vão; vá, vás, vades) e de esse, cuja forma do perfeito era fui. Assim, o pretérito perfeito do indicativo (fui, foste, foi, fomos, fostes, foram), o pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram), o futuro do conjuntivo (for, fores, for, formos, fordes, forem) e o pretérito imperfeito do conjuntivo (fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem) são formados a partir desse tema do perfeito (fui).
Em latim ire significava ir, caminhar; vadere também significava ir, caminhar, dirigir-se para, marchar, e esse significava, além de ser, existir, morar, residir, estar num lugar e, ainda: ir, vir, chegar. A proximidade de sentido em muitas das utilizações destes três verbos levou a que, na evolução para o português, algumas das formas de ire fossem substituídas pelas de vadere e de esse.