Aqui está uma dúvida interessante e talvez não muito fácil de esclarecer.
Logicamente, tanto podemos dizer dum modo como do outro.
Na organização da linguagem, interessa muitas vezes o que estamos a visualizar, e o resultado é, não raro, a falta de lógica, que não é o caso. Ora vejamos estas frases:
1) Acabem com o trabalho infantil! (Num jornal).
2) Perigo de morte. (Nos carris do metro).
No primeiro exemplo, o que é infantil não é o trabalho, mas que o pratica. Quando nos dispomos a escrever esta frase, visualizamos as crianças: trabalhando. E é tão forte essa visualização, que a ligamos a trabalho, e sai-nos a frase referida.
No segundo exemplo, o que está em perigo não é a morte, mas a vida. Porém o que nos impressiona e nos prende a atenção é a ideia de morte. Daí o perigo de morte.
Em presença do pronome todos, visualizamos uma quantidade que, geralmente, excede dois ou três – uma quantidade que é preciso contar para saber quantos. Neste caso dizemos todos ou todos nós. Quando as pessoas são duas ou três, ou mesmo quatro, geralmente dizemos os dois/os três, ou mesmo os quatro. No entanto, quer sejam dois ou três, etc., são sempre todos, porque se trata duma totalidade.
Dizemos todos, quando visualizamos uma totalidade que, geralmente, não está contada. Dizemos nós os dois/três, quando facilmente visualizamos, ou vemos, cada elemento da totalidade.