Muitíssimo grato pela observação. Era eu aluno, quando aprendi que se deve dizer túlipa e não «tulipa». A que devo a falha, não sei. Só vejo uma explicação: geralmente trabalho para o Ciberdúvidas à noite, não raro até perto das 2 h. da manhã. Acabado o trabalho, envio a telecópia para o «Ciber». Nesta altura, a cabeça já não regula bem. Reparo agora também que a redacção não está perfeita. Sim, devia ter sido o cansaço. Corrijo-a:
Ouvem-se pronunciar palavras graves erradamente, como se fossem esdrúxulas. Por exemplo: «cartomância», «quiromância», «arcedíago», «cíclope», «púdico», quando o correcto é cartomancia, quiromancia, arcediago, ciclope, pudico - todas graves.
Agora a seguinte informação: têm sido diversas as opiniões sobre a acentuação de túlipa/«tulipa». Ora vejamos:
a) O Dicionário Etimológico de Geraldo da Cunha e o de Aurélio registam «tulipa» (grave).
b) O Dicionário Geral e Analógico de Artur Bivar menciona «Tulipa ou túlipa.»
c) O Dicionário da Sociedade da Língua Portuguesa, da Porto Editora e outros têm túlipa (esdrúxula).
d) O «Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português» diz o seguinte:
«Túlipa. Gonçalves Viana considerou a pronúncia túlipa 'mais natural'. Informou que a escrita holandesa 'leva a crer que a forma alatinada se há-de ler túlipa...' Cf. pág. 511, II Apostilas. O termo é de origem persa: «dulband», que daria tulpa, túlipa.»
e) Mas quanto à origem, diz assim o «Grande Dicionário da Língua Portuguesa» de Morais Silva, 10ª. edição actualizada pelo Dr. José Pedro Machado e outros:
«Túlipa, s.f. (do persa «dulband»? Ou do turco «tolipend»?).»