Não sei a quem se refere, quando diz assim: «Mas não posso concordar com a inclusão de todas as relativas entre vírgulas.»
Julgo que não tem em mente a minha pessoa, porque eu nunca disse nem escrevi tal coisa tão descabida. Ou será que não fui bem claro?
Concordo inteiramente com a doutrina da Gramática do brasileiro Celso Cunha e do português Lindley Cintra. Foi assim que aprendi, quando fui aluno do antigamente chamado liceu.
Vejamos agora o que também ensina o livro Guia Alfabética de Pontuação de Rodrigo de Sá Nogueira, na pág. 78, acerca da palavra «que»:
«É pronome relativo. Ex.: «Li o livro que me deste»; «O livro, que me deste, é bom»;
Depois, diz o seguinte na pág. 79:
«Como pronome relativo, a forma «que» inicia orações de valor adjectivo. Por isso, visto que os adjectivos não devem ser separados, por vírgula, dos substantivos que qualificam ou determinam, em princípio a forma «que», pronome relativo, não deve ser precedida de vírgula, embora ela inicie orações. Não obstante isso, quando uma oração relativa de que constitui uma expressão intercalada, a forma que é precedida de vírgula. Ex.: «Vi o rapaz que te deu um livro»; «O rapaz, que te deu um livro, chegou ontem do Brasil».
Se alguma dúvida permanecer, estamos ao dispor da prezada consulente Maria A. Barros.