O termo inglês snob (aportuguesado como snobe em Portugal e esnobe no Brasil) tem origem controversa e algum latinório: há quem veja nesta palavra a contracção de "sine obolo" (sem vintém, sem cheta, teso, etc.). Outros, como indica o nosso consulente, dizem tratar-se da abreviatura de "sine nobilitate" (sem nobreza, de "baixo" nascimento, etc.). Outros, ainda, salientam que os filhos dos lordes eram inscritos nos colégios com a menção fil. Nob. ("filius nobilis") e, por isso, lhes chamavam nobs.
Os que se esforçavam por imitar os nobs receberam a designação de quasinobs, alcunha de onde teria saído snob.
José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, indica a seguinte origem: «Do ingl. snob, importado da gíria dos estudantes de Cambridge que designavam com este voc. (que também significava em ingl. 'homem de baixo nascimento ou de baixa condição', particularmente 'aprendiz de sapateiro') todos os que não frequentavam a Universidade, aproximando-se, portanto, da palavra da gíria coimbrã futrica).»
Antônio Geraldo da Cunha, no Dicionário Etimológico Nova Fronteira, menciona esnobismo / snobismo como «tendência a desprezar relações humildes», «afectação de gosto e / ou admiração excessiva ao que está em voga».
O estudioso brasileiro aponta o ano de 1899 como o do primeiro registo de snob / snobismo em dicionário de língua portuguesa.
A definição mais curta que conheço desta palavra vem de Sofocleto: «El snobismo es el arte de no ser» (o snobismo / esnobismo é a arte de não ser). Ou seja, segundo Paul Valéry, «le vrai snob est celui qui craint d'avouer qu'il s'ennuie quand il s'ennuie et qu'il s'amuse quand il s'amuse» (o verdadeiro snobe / esnobe é o que se inibe de confessar que se aborrece quando se aborrece e se diverte quando se diverte).