A expressão, tal como a apresenta, penso ser uma variante da célebre frase «J´imite de Conrart le silence prudent», escrita por Boileau referindo-se a Valentin Conrart.
Valentin Conrart foi um escritor francês de pouca nomeada, que nasceu e morreu em Paris (1603-1675). Seu pai quis destiná-lo ao comércio, mas, tendo aquele falecido cedo, o jovem Conrart, rico e ambicioso, dedicou-se exclusivamente às letras, reunindo em sua casa excelentes escritores, que vieram a constituir a Academia Francesa (1634), da qual Conrart foi secretário. Foi também conselheiro e secretário particular do rei. Era um homem muito culto que escreveu muito, mas poucas obras publicou (Ballade, Lettres familières à M. Félibien), dedicando-se, sim, à publicação de obras de outros escritores.
Foi vítima do sarcasmo de alguns escritores, entre os quais Boileau. Tornou-se célebre a sátira de Boileau dirigida a Conrart, que começa assim: «J´imite de Conrart le silence prudent.» Referia-se Boileau à decisão de Conrart de não falar de determinado assunto, ou por o desconhecer ou por não lhe convir referir-se a ele.