Prima-dona é o aportuguesamento da expressão italiana «prima donna» que, na ópera do século XIX, tinha como equivalente masculino «primo uomo». Ou seja: primeira mulher, primeiro homem – a cantora principal, o cantor principal de um elenco operático. A protagonista, o protagonista. Caída aparentemente em desuso, a designação «primo uomo» não foi aportuguesada.
Prima-dona, nos últimos decénios e na coloquialidade de certos meios urbanos, em Portugal, tem-se generalizado para indicar quantos – homens ou mulheres – se conduzem com individualismo excessivo: José é uma prima-dona.
Acontece algo semelhante com o substantivo feminino diva (do latim «diva»), que significa «deusa» e, em sentido figurado, denomina cantoras notáveis como Maria Callas e Birgit Nilsson. Faltando-lhes uma palavra curta e expressiva para designar em títulos, por exemplo, um Plácido Domingo, alguns jornalistas não hesitam: chamam-lhe «divo».
Diva saltou da ópera para o cinema e outras formas de espectáculo – e destas para a oralidade de certos meios, em sentido figurado semelhante ao de prima-dona.