O Dicionário de Expressões Correntes de Orlando Neves diz, sobre a origem desta expressão, o seguinte: «'Palha' é, actualmente, coisa insignificante. Parece daí provir a origem da expressão. Mas por que motivo terá o povo ido encontrar em 'palha' a analogia com 'coisa sem valor' quando milhentos outros objectos podiam servir de comparação? Não creio que a escolha tenha sido ocasional, fortuita, casual. Porque a positiva 'dar uma palha' tem uma história linguística, factual e jurídica que vem de muito longe no tempo. Uma das palavras latinas que designa palha é stipula (a outra, donde vem directamente, é palea). De stipula, forma-se o verbo stipulo, as, are, normalmente usado na passiva, cujo sentido é imediato: 'obrigar por contrato, prometer'. Ainda com a mesma raiz temos, em latim, stipulor, ou seja, 'exigir por contrato, contrair um compromisso'. Mas como ligar stipulo, igual a 'palha', a 'estipular', igual a 'estabelecer um contrato'? Ora, nesses tempos, o sinal de compromisso entre dois contratantes consistia em 'quebrar-se uma palha'. Este símbolo da 'estipulação' passou para os nossos forais e outros actos. Umas vezes, exactamente da mesma maneira, outras por 'troca de palha' (stipula festuca). (...)».