Não é fácil sabermos qual o provérbio mais vulgar, se o atrás mencionado ou este: Por cima de melão, de vinho um tostão. E não é fácil, porque depende da região. Teríamos de percorrer Portugal inteiro para investigarmos. Na minha terra (Coimbra), lembro-me de ouvir muitas vezes «… de vinho um tostão». Algumas pessoas emendavam para «… vinho de tostão».
Esta última forma é a mais lógica, porque se refere ao preço de determinado vinho, o de tostão e não outro. Isto é, o melão exige vinho bom, o de tostão, e não menos. Por ser esta a forma mais lógica, é natural que seja a mais usada.
Nos livros de provérbios por mim consultados, encontrei apenas «… vinho de tostão», inclusivamente em "O Grande Livro de Provérbios" do Dr. José Pedro Machado, publicado em 1996. Eis, pois, outra razão para admitirmos como forma mais usada esta: «… vinho de um tostão».
Ainda outra razão: a forma registada é a mais eufónica. Ora comparemos:
Por cima de melão, vinho de tostão.
Por cima de melão, de vinho um tostão.
O encontro das duas vogais em «…nho um» soa mal.