O Dicionário de Sinónimos e Antónimos da Língua Portuguesa, da Texto Editores, diz que melhora (i.e., o ato o ou efeito de melhorar) tem os sinónimos melhoria, melhoramento; benfeitoria; avanço; progresso, mas não indica nenhum antónimo; contudo, na entrada piora, regista os antónimos desta palavra: melhora e melhoria.
Por sua vez, o Dicionário Eletrônico Houaiss regista piora como o antónimo de melhora, enquanto o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2010) regista o nome/substantivo melhora como sinónimo de melhoria, assim como o substantivo piora como sinónimo de pioria. Portanto, piora e pioria são as duas formas acolhidas como antónimos de melhora ou melhoria.
A palavra melhora (assim como melhoria) significa «ato ou efeito de melhorar(-se); diminuição da doença; alívio; melhoramento»; recuperação de mal físico ou moral»; «estado daquilo que apresenta condições mais satisfatórias ou mais vantajosas; melhoria»; e, no plural (melhoras), quer dizer «melhores condições, esp[ecialmente] na saúde», a exemplo de «ao despedir-se, desejou-lhe as m[elhoras]». Piora (e pioria), por seu lado, quer dizer «ato ou efeito de piorar; agravamento; mudança para pior» ou «agravamento de estado de saúde».
Apesar do que dizem os dicionários, «comecei a sentir as pioras» não se usa, pelo menos em Portugal. Diz-se antes, por exemplo, «comecei a sentir-me pior», «comecei a sentir-me mal», «comecei a sentir-me doente», «comecei a sentir-me em pior estado», etc.
Relativamente à última pergunta sobre a expressão de desejo deste tipo, deve compreender que não é, de facto, um caso do quotidiano, pelo menos por uma questão de ética. Não é do domínio comum desejar-se que alguém piore, só se estiverem implícitas ideias de vingança, de ódio, de inveja, de ressentimento, sentimentos destrutivos, que nada engrandecem o ser humano. Se o alguém os sente, tem o cuidado de não os revelar, razão pela qual não é vulgar desejar diretamente o mal de outrem.