A palavra pêssego provém do latim «persicum pommum», ou seja, «fruto persa» ou «fruto que vem da Pérsia». A evolução fonética da palavra pode traduzir-se, em esquema, da seguinte forma: (1) «persicum» - (2) «persigo» - (3) «pêssigo» - (4) «pêssego». Em que (1) representa a queda ou apócope do «m» e sonorização do «u»; (2) abrandamento ou sonorização do «c» que passa «g»; (3) assimilação do «r» ao «s» (a assimilação é um fenómeno fonético que consiste numa aproximação dos fonemas, tornando-os semelhantes ou iguais); (4) assimilação do «i» ao «e» da sílaba anterior.
Os dois «ss» resultam, portanto, da assimilação do «r» ao «s», justificando-se assim a actual ortografia da palavra. Não terá, talvez, o perfume do «pêcego» apreciado pelos nossos avós, mas tem a garantia de origem do «pomo persa» da antiguidade clássica.