Colocam-se entre aspas palavras ou expressões que de algum modo têm características especiais em relação ao contexto em que são integradas.
É o caso do termo vestidas, que surge no seu texto: palavras “vestidas” com aspas, por estar utilizado em sentido figurado; a palavra peça, por ser um termo de gíria, deverá vir entre aspas num texto formal ou quando esteja desligado do contexto. Termos técnicos e/ou expressões de uso corrente não precisam de vir entre aspas: o corpo da notícia;estar no ar.
Segue-se a transcrição do exposto sobre este assunto no Livro de Estilo do Público, do Jornal Público, que poderá constituir um precioso auxiliar no seu trabalho:
«aspas — As aspas são usadas, no PÚBLICO, em vez do itálico, por razões técnicas que não se compadeceram com as habituais convenções tipográficas. 1. Utilizam-se nas transcrições e citações. Nas transcrições de frases completas as aspas seguem-se à pontuação final — O ministro afirmou: "Estou tranquilo e confiante." —, mas vêm antes quando só delimitam um excerto de declaração integrado no texto do jornalista — O ministro mostrava-se "tranquilo e confiante". Cf. pontuação. Quando há uma citação dentro de outra, usa-se plicas, dentro das aspas — O agressor alegou: "Perdi a cabeça quando ele me disse: ‘És um ladrão. Vai roubar prà estrada!’" Cf. citações, plicas. 2. Utilizam-se em palavras estrangeiras, nomes de barcos e de animais — a nau "Sagres"; o "Fiel" (um cão); nos títulos de livros, obras, filmes, exposições e peças musicais — "Memorial do Convento", de J. Saramago; "As Meninas", de Velásquez; "Paris-Texas", de W. Wenders; "Cães", de Graça Morais; "Heróica" de Beethoven, mas a Nona Sinfonia (sem aspas as designações que não constituem título); nos títulos de jornais, revistas, publicações periódicas, à excepção do do PÚBLICO (todo em caixa alta, sem aspas). 3. Marcam referências simplificadas, do domínio público, e epítetos — o "caso Melancia"; "Sãobentogate"; os "axadrezados"; os "contra (da Nicarágua)" —, mas os nomes próprios já consagrados podem ser grafados sem aspas — Irangate, Watergate. 4. Servem também para dar ênfase ou assinalar um sentido figurado — guerra de "irmãos", não se tratando de irmãos de sangue —, mas este recurso só é eficaz se for raro, para além de que a ênfase é dada pela própria força das palavras ou expressões idiomáticas, compreensíveis pelo contexto — Na Mir, suaram as estopinhas para repor em funcionamento o computador central.»