De facto, nenhum dos dicionários por nós consultados atesta os vocábulos referidos pelo consulente. O Novo Aurélio define genocídio da seguinte maneira: «Crime contra a humanidade, que consiste em, com o intuito de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, cometer contra ele qualquer dos atos seguintes: matar membros seus; causar-lhes grave lesão à integridade física ou mental; submeter o grupo a condições de vida capazes de o destruir fisicamente, no todo ou em parte; adotar medidas que visem evitar nascimentos no seio do grupo; realizar a transferência forçada de crianças de um grupo para outro.»
Constatamos ainda a existência do adjetivo genocida (adjetivo comum de dois), que significa: «1. ser relativo a genocídio, ou 2. designar o que ou aquele que perpreta ou ordena um genocídio.»
Note-se, todavia, que a existir efetivamente em uso um verbo com base em genocídio, seria de esperar a forma (não atestada) genocidar, e não "genocidiar", tal como a suicídio corresponde suicidar, e não "suicidiar". Desta forma, seria igualmente de prever a derivação de genocidário, e não "genocidiário". Acrescente-se que em francês se atesta a ocorrência da forma génocidaire, palavra especialmente ligada aos massacres ocorridos no Ruanda em 1994 e que integra elementos que têm a mesma origem latina dos constituintes da forma possível mas não atestada genocidário.