Como se sabe, a problematização do conceito de objeto tem uma larga tradição, nomeadamente, por exemplo, na área da filosofia. No entanto, como certamente compreenderá a nossa consulente, não será este o local mais ajustado para levar a cabo uma reflexão de escopo tão específico e profundo.
Assim, limitar-nos-emos, como é natural, a uma abordagem linguística mais prática, isto é, sustentada nas propostas de definição do conceito proposto veiculadas pela generalidade dos dicionários de referência consultados.
Deste modo, e a avaliar pelas definições sugeridas, por exemplo, pelo Dicionário Houaiss («coisa material que pode ser percebida pelos sentidos»), pelo Grande Dicionário Universal da Língua Portuguesa da Texto Editora («Tudo o que afeta os nossos sentidos; coisa material; corpo»), pelo Priberam («Tudo o que é exterior ao espírito; coisa»), pelo Aurélio («Tudo que é percetível por qualquer dos sentidos»), ou pelo Moderno Dicionário da Língua Portuguesa do Círculo de Leitores («Tudo aquilo que se apresenta aos nossos sentidos»), julgo que será correto considerar o ananás um objeto.