"Noblesse oblige" significa, à letra, "nobreza obriga". Esta expressão é utilizada quando se pretende dizer que o facto de pertencer a uma família de prestígio ou ter uma certa posição social ou ter um nome honrado ou famoso obriga a proceder de uma forma adequada, à altura do nome que se tem.
Dava-se o nome de nobreza a um conjunto de indivíduos que gozava de uma categoria social privilegiada, com direitos superiores aos da maioria da população, em virtude de uma transmissão legal hereditária. Nas sociedades primitivas, quando os homens mais fortes e mais hábeis se tornavam chefes de tribos ou de clãs, constituíam um corpo de indivíduos que os apoiava e que adquiriam prestígio em virtude do poder do seu chefe. Mais tarde, a riqueza ou a influência política muitas vezes permitiram aos seus possuidores usufruir de uma superior categoria social; por outro lado, a capacidade intelectual ou os feitos militares ou outros podiam ser recompensados por uma distinção social hereditária.
A distinção social associada à nobreza faz com que esta palavra também seja usada quando se fala em elevação de sentimentos ou de conduta, ou seja, pode falar-se de nobreza de sangue mas também de nobreza de carácter. A um nobre exige-se que se comporte como tal, ou seja, que tenha uma conduta elevada, acima de qualquer crítica, considerando-se, pois, mais reprovável uma acção indecorosa, desonrosa, num nobre do que noutra pessoa, já que o seu estatuto social o obriga ao dever de ter um comportamento exemplar.
Quanto à utilização da expressão «noblesse oblige» por uma determinada pessoa, desconheço o contexto em que ela foi ou é usada. Apenas poderei dizer que o estatuto de nobreza antigamente obrigava a que os nobres não trabalhassem num ofício nem fossem actores a troco de dinheiro, considerado um vil metal.