O verbo lesionar [do latim laesione+ar] é de importação recente em Portugal, via Brasil, onde já se encontra dicionarizado, no sentido de causar lesão a, ofender fisicamente ou produzir lesão em. Por exemplo, é assim que regista o dicionário Michaelis, ed. Melhoramentos, São Paulo. E é nesse sentido, como refere, que se emprega, generalizadamente, na linguagem desportiva.
Só que em Portugal ainda nenhum dicionário consagrou esta nova palavra, preferindo-se, ainda, o termo já existente na nossa língua: lesar [do latim laesare], que tem ainda o duplo sentido de fazer dano ou causar prejuízo a alguém. Argumento a favor desta relutância: se existe já o vocábulo lesar, para quê uma nova palavra em tudo similar e que só confunde?
É o caso, também, de direccionar [a bola] – outro modismo da gíria do chamado futebolês, que veio substituir o já existente dirigir -, embora este já se encontre registado na 8.ª edição do dicionário da Porto Editora.
Os linguistas consideram-nas, por isso, palavras desnecessárias. Em vez de preencherem um vazio semântico no nosso vocabulário, só vêm substituir outras palavras bem mais simples e claras, até do ponto vista da eufonia.
Mas são, qualquer delas, palavras correctamente formadas.