Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse.
Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande, que se torna ridícula.
O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), contudo, nada fez para denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação.
Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em honra dele uma canção com versos ingénuos:
"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia."
O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência.
Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que lhe não dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa.
N.E. (30/10/2014) – Um consulente entendeu enviar a seguinte achega, que consideramos importante aqui registar: «Em relação à brincadeira com o nome do Senhor de La Palice, penso que a canção mencionada era paródia. Diz-se que houve uma canção composta pelos seus soldados, a qual enaltecia o valoroso guerreiro e o epitáfio do guerreiro contém o verso original: «Ci gît Monsieur de La Palice: Si il' n'était pas mort, il ferait encore envie.» («Aqui jaz o Senhor de La Palice: Se não estivesse morto, ainda faria inveja.»). Ora na grafia antiga, o f é extremamente parecido com o ʃ (s longo) e (acidentalmente ou talvez não) isto poderia ler-se: «Si il' n'était pas mort, il serait encore en vie.» («Se não estivesse morto, ainda estaria vivo.»). Daí nascem depois várias paródias, incluindo a mencionada por vós.»