Em Portugal, é muito mais frequente usar-se a palavra enfarte.
Na verdade, as outras são praticamente desconhecidas. Por exemplo, um dicionário português como o da Porto Editora nem as regista. Contudo, outro dicionário, o da Academia das Ciências de Lisboa, apresenta também “infarto”, mas nenhum deles atesta “enfarto”.
Os dicionários brasileiros Houaiss e Aurélio registam todas estas palavras, as três com o mesmo significado. O segundo apresenta um significado adicional para a palavra enfarte (acto/ato ou efeito de enfartar, encher, empanturrar), em concordância com os dicionários portugueses.
Apesar de apresentarem estas três palavras, os dicionários brasileiros estão organizados de uma forma que permite tirar a conclusão de que infarto é a forma mais corrente no Brasil (pois são as outras palavras que remetem para esta) e que a palavra enfarte estará no Brasil mais associada à outra acepção (a de «acto/ato ou efeito de enfartar, encher»), embora, claro está, também se possa usar com este significado mais técnico.
Infarto é a forma mais próxima do latim (infarctu-), mas em virtude do facto de enfarte ser praticamente a única forma conhecida em Portugal, e de no Brasil e em Portugal falarmos a mesma língua, esta também não pode ser de todo considerada incorrecta/incorreta.
De qualquer forma, a norma brasileira não estigmatiza nenhuma destas palavras, pelo que a consulente pode utilizar qualquer uma delas.
Já o Dicionário Médico, da Climepsi Editores, Lisboa, regista enfarte do miocárdio como a «necrose de uma parte do músculo cardíaco devida à obstrução, geralmente por trombose, da artéria coronária correspondente».
Relativamente ao verbo infartar, o dicionário Houaiss regista esta palavra, mas o Aurélio não. O Aurélio lista a palavra enfartar também com o significado de «sofrer um enfarte». Em Portugal não existe «infartar» e «enfartar» não possui este significado.