É preciso distinguir fala de escrita.
No primeiro caso, a actual diversidade é consequência natural da evolução da Língua Portuguesa (como qualquer outra língua viva), ao longo dos tempos e dos seus próprios falantes, espalhados actualmente por sete países tão diferentes como os que constituem o espaço lusófono. É uma diversidade que se verifica, aliás, em cada um desses países -- a começar por Portugal, onde existem falares tão variegados, do Minho aos Açores. Como acontece, se calhar ainda mais, no Brasil.
Já na escrita, a situação é esta: há duas normas oficiais para a nossa língua comum, a portuguesa e a brasileira. E os africanos: qual estão a/vão adoptar? E nos principais areópagos internacionais, da ONU à Unicef, passando pelos leitorados universitários de todo o mundo, que ortografia deve prevalecer?
Por razões, até, de uma maior afirmação do português no concerto das demais línguas internacionais, muita gente, de um lado e de outro do Atlântico, continua a bater-se por um Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O último, datado de 1986, esse ficou na gaveta de muitas (in)conveniências políticas.