Já respondi a esta pergunta. Mas a extensão do texto da sua, denotando uma inquietação que merece um interesse especial, obriga-me a repetir os meus pontos de vista sobre este assunto.
Euro é o nome da moeda dos países da União Europeia que aderiram a esse acordo (primeiras letras do nome Europa). Eu considero esta designação um nome próprio (escrevo-o com inicial maiúscula) e um acrónimo. Pode ser também considerada uma sigla e, então, ser escrita EURO (as siglas não têm plural).
Mas igualmente pode ser tomada como símbolo da unidade dessa moeda. Assim, uma dada soma em dinheiro pode totalizar o valor de várias unidades da moeda. A representação simbólica, quando se usam algarismos, será, por exemplo: 20 EURO, ou, mais abreviadamente. 20 EUR. Ora, os símbolos das unidades não têm ponto nem plural, e, neste critério, é legítima a representação que aparece nas nossas comuns notas.
O problema surge quando pronunciamos um valor ou quando o escrevemos por extenso. Dizíamos e escrevíamos em Portugal um escudo/vários escudos. Nada nos impede agora de escrever, por exemplo, vinte euros, significando esta importância o valor de vinte moedinhas de um euro (de que há muitas, logo nome comum a todas elas). E é legítimo na nossa língua usar o plural, porque a junção do s não altera as letras do acrónimo como estão no singular (o que não se passa em todos os países da moeda única) e porque os acrónimos podem ter plural.
Raciocínio semelhante se pode fazer quanto ao plural de cêntimo, nome comum (ex.: 50 cent ou cinquenta cêntimos). O termo cêntimo está há muito dicionarizado na língua (aparece registado no Vocabulário da Academia das Ciências de Lisboa, de 1940). É legítimo dar-lhe agora este valor semântico na sua aplicação ao dinheiro, em substituição da nossa anterior designação de centavo, dado que é essa a uniformização natural nos países do Euro (a eurolândia, como já apareceu sugerido).
Ao seu dispor,