O sentido do dito, só por si, esclarece que tem de ser emenda, e nunca "ementa": há sonetos tão maus que não há emendas que lhe valham. É como dizer que uma correcção ainda piora o original. Ou que há faltas que são agravada por um justificação desastrada. Orlando Neves dá-lhe também esta outra significação: cair em pior erro do que o erro anterior.
Esta é a versão mais corrente sobre a origem da asserção: um dia um poeta nada talentoso pediu a Bocage que lhe corrigisse um poema, que lho devolveu sem emenda nenhuma ... tão mau ela era.
Outra versão – in Nas Bocas do Mundo, de Sérgio Luís de Carvalho – vai no mesmo sentido da anterior explicação, embora com referência a Sá de de Miranda, três séculos antes: «Esta expressão [remonta] a Sá de Miranda (século XV) e à definição de boa parte das regras da lírica portuguesa, sobretudo do soneto. Assim, nessa época de definição de regras e de hábitos de trabalho poético, ter-se-á estabelecido como norma que, depois de o soneto estar feito, qualquer alteração só iria prejudicar a estrutura do poema, a sua métrica e o seu ritmo. Ou seja, a emenda seria pior que o soneto original.»