Não se pode considerar plantar derivado de planta, porque vem do verbo latino plantare. Só artificialmente, portanto, se afirmará que plantar deriva de planta, o que servirá a quem não souber a origem latina do verbo. Em ancorar não há derivação prefixal, porque âncora não é um prefixo, tem vida à parte, é uma palavra primitiva (vinda do grego, através do latim). Canto vem do lat. cantu- e beijo do lat. basiu-, pelo que se trata também de palavras primitivas, e não exemplos de derivação regressiva, como talvez seja o caso de dança. Ancorar, arquivar, azeitar são, de facto, palavras derivadas (já dentro do português, por conseguinte), de âncora, arquivo, azeite. Nos nossos verbos, -ar, etc. são sufixos se aqueles se formaram no português, como nos três últimos exemplos. Nos verbos como beijar (do lat. basiare) e cantar (do lat. cantare), foi em latim que o sufixo se juntou ao substantivo (-are, etc.), e estes verbos, dentro da língua portuguesa, rigorosamente são palavras primitivas, porque os seus étimos já eram verbos latinos. Moralidade da história: para estas classificações se fazerem com rigor científico, é necessário saber a origem tanto quanto possível exacta das palavras, neste caso substantivos e verbos. Embarcar é, na realidade, palavra parassintética, pois, como diz, formou-se em português: em + barco + ar.