A crónica é um género jornalístico que integra ao mesmo tempo elementos informativos, ambientais e alguma opinião. Fica, pois, a meio caminho entre a notícia e a reportagem, distinguindo-se, por sua vez, também do chamado artigo de opinião.
Em estilo mais burilado do que é aconselhável nos textos puramente noticiosos (onde impera a simplicidade, a clareza e a sucintez da escrita), a crónica deve também conter elementos de informação. Já a diferença em relação à reportagem é que, aqui, a narrativa é mais longa e distanciada, com o jornalista obrigado a contemplar um maior número de factos, personagens e todos os pontos de vista em causa, cabendo ao leitor tirar as suas próprias conclusões. O contrário, portanto, do exercício da opinião na imprensa - seja ele em forma de editorial, comentário ou análise (da responsabilidade de directores e de jornalistas que os subscrevam, respectivamente), ou, ainda, em forma de colunas de opinião, a cargo de colaboradores externos avulsos ou permanentes (os chamados colunistas, desta ou daquela especialidade, formação ou tendência).
A crónica é uma opção editorial dos jornais para as mais diferentes circunstâncias. Por exemplo, para enquadrar mais sugestivamente o ambiente de um determinado acontecimento (político, cultural, desportivo, etc.); ou para ilustrar um pormenor mais humanizável (o "factor humano", no caso dos trabalhos dos enviados especiais e dos correspondentes no estrangeiro). Pode-se ainda adoptar um estilo mais sério ou mais irónico - e sempre, claro está, em função das características do seu autor e do tema em foco.
Para uma melhor elucidação deste assunto, sugiro-lhe a consulta de um qualquer manual de redacção jornalística. O mais disponível no mercado português é o Livro de Estilo do "Público". No Brasil, há vários: desde o da "Folha de São Paulo" ao de "O Globo". De origem espanhola, pela sua qualidade, aconselho os dos jornais "El Pais" e "El Mundo".