O termo a aplicar é cárneo («produtos cárneos»).
O Novo Houaiss da Língua Portuguesa (2009) define o adjetivo da seguinte forma: «1 – relativo a carne; 2 – constituído de carne; 3 – cheio de carne (carnudo); 4 – que tem cor de carne.» Em relação à sua etimologia, cárneo deriva do latim carneus, a, um (“feito de carne, corpóreo, carnudo”). O dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, também registam cárneo. Note-se, porém, que nenhuma das fontes consultadas consigna "cárnico". Acrescente-se que, em Portugal, o termo cárneo ocorre na administração e no discurso legislativo:
«Produtos cárneos – os produtos à base de carne, fabricados a partir de carnes ou com carne, que tenham sofrido um tratamento tal, que a superfície de corte à vista permita verificar o desaparecimento das características da carne fresca.»
Refira-se, por último, que o eventual uso de cárnico, cuja configuração não foge aos padrões morfológicos do português, pode bem ser o resultado da influência do espanhol, onde a forma adjetival cárnico se usa na expressão industrias cárnicas, ou seja, «indústrias relativas à carne destinada ao consumo» (cf. cárnico no dicionário em linha da Real Academia Espanhola).