Ensina o "Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa" de Rebelo Gonçalves, na pág. 250:
"É inadmissível o uso do hífen nos compostos em que um elemento de origem substantiva, proveniente do grego ou do latim e terminado em «o», se combina com um ou mais elementos substantivos ou adjectivos. Em tais compostos faz-se sempre a união completa dos elementos iniciais aos imediatos.»
Depois, entre outros, dá os seguintes exemplos:
a) Compostos iniciados por elementos de origem grega: "cardiopneumonia, neurossemiologia, faringossalfingite, cefalorraquidiano, gastrepatite, iodossulfúrico, termossistálico, uretiorrectal".
b) Compostos iniciados por elementos de origem latina: "apicodental, bucolabial, cerobrastenia, dentolabial, fibrossedoso, lombumeral, radiouvinite, vesicorrectal, mucosseroso, femorossinovial".
Segundo esta doutrina, o correcto é escrevermos:
a) "cardiorrespiratório", do elemento grego "cardio-" (coração) + "respiratório", do verbo "respirar", do latim "respirare" + "-tório", sufixo de origem latina (possibilidade, obrigatoriedade, susceptibilidade).
b) "neurocirúrgico", do elemento grego "neuro-" (nervo, fibra) + "cirurgico", do grego "kheirourgikós" (que se pode esticar com a mão) pelo latim "chirurgicu(m)" (de cirurgia).
Quanto a "cardiovascular" e " renovascular", obedecem à doutrina exposta.
Cf. Hífen, in Respostas Anteriores.