Vejamos então as seguintes frases:
a) «Baptizei-me depois de velho.»
b) «Depois de velho fui baptizado.»
c) «Com a volta do esposo, ela se recuperou.»
d) «Ela foi recuperada pela volta do esposo.»
Estas quatro frases estão correctas, mas as frases a) e c) não estão na voz passiva, mas sim na voz activa. Ora vejamos:
O verbo da frase a) está na voz activa: baptizei-me é a 1.º pessoa do pretérito perfeito do indicativo da voz activa cujo sujeito é eu (subentendido); o complemento directo é me.
É claro que baptizei-me significa baptizaram-me, porque ele não se baptiza a si próprio. Diz-se baptizei-me, porque foi ele que resolveu que se realizasse o seu próprio baptismo, e não os pais, como é habitual.
A frase b), sim, está correctamente na passiva. Lá está o verbo que o diz: fui baptizado.
A frase c) está na voz activa, como é evidente: o verbo está na voz activa = ela recuperou-se a si própria. O pronome pessoal reflexo/reflexivo se é o complemento directo de recuperou.
A frase d é que, de facto, está na voz passiva, pois que é nesta voz que está o verbo foi recuperada. O sujeito é Ela; e pela volta do esposo é o complemento agente da passiva. É evidente que este elemento desempenharia a função de sujeito, se a oração estivesse na voz activa: A volta do esposo recuperou-a.
N.E. - No Brasil, escreve-se batizar.