Verifico que não consegui convencê-lo com a minha argumentação. Vou tentar outra via:
O novo acordo ortográfico (de 1990, no qual colaboraram também cientistas brasileiros e confirmando neste ponto o de 1945) é taxativo: os digramas qu e gu (quer o u se pronuncie ou não) nunca se separam da vogal ou ditongo imediato (q e g ligam u automaticamente à vogal seguinte). Por isso, a gramática de Celso Cunha e de Lindley Cintra (que considero de referência) indica como sílabas terminais em saguão e enxaguou, respectivamente guão e guou; e indica que a primeira palavra é uma dissílaba e a segunda uma trissílaba.
Na mesma ordem de ideias, pode-se dizer que gua, em averigua, será uma só sílaba, pois não é legítimo, segundo as normas, separar «gu-a». Assim, averigua é oxítona, dado que, também neste critério, tem o acento tónico na última sílaba.
Quanto a lua e rua (que não estão sujeitas à contingência da ligação de u a q ou a g) a mesma gramática aceita que rua, e logo lua, sejam dissílabas. Mas eu, sem condenar este parecer, sou no entanto mais exigente: Nas sequências finais ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo nunca faço a translineação deixando a última vogal `completamente´ isolada na linha seguinte.
Claro que se pode discordar da gramática citada e até considerar inaceitáveis as exigências dos legisladores das normas: Na língua, nem sempre existe uniformidade de opiniões (no meu livro, independentemente das compreensíveis variantes brasileiras, fiz uma colectânea de dez páginas de variantes, na qual há muitas sem completo acordo entre linguistas…).
Esta é a minha opinião no caso de averigua. O que não me impede de ter respeito por outras; com a tolerância que sempre me imponho no estudo da língua.
Ao seu dispor,