Esta palavra devia-nos ser apresentada inserida numa frase para a tratarmos convenientemente. Faremos o que nos é possível.
Comecemos por transcrever o que nos diz Marc Angenot no seu "Glossário da Crítica Contemporânea" sobre poiética:
«Poiética é uma variante de poética marcada pelo retorno à etimologia grega: poiêtikê, de poien = fazer, fabricar. O emprego desta forma parece ter como efeito o sublinhar que uma teoria da obra de arte deve antes de mais procurar explicar o acto de produção, da fabricação material daquele, mais do que descrever o "produto acabado".»
Partindo daqui, diremos resumidamente que autopoiético se refere ao acto poético que, ao fazer-se, mostra-se ou revela-se ou dá-se a conhecer a si mesmo no acto específico de produção ou do seu próprio fazer-se. Exemplo: determinada pessoa vai fazer um poema: no acto não interessa o produto, mas sim que o poema reflicta o acto da sua "fabricação".