Augusto vem da palavra latina 'augustus', «consagrado pelos áugures», «grande, magnificente» (do verbo 'augere', aumentar). 'Augustu-' era, para os romanos, o «santo consagrado, venerável», sobrenome de Octávio, cantado por Horácio, e que passou para a História como título dos imperadores romanos. Além do antropónimo, da mesma origem ficámos com o substantivo A[a]gosto e o adjectivo homónimo. In Dicionário Eimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado (Livros Horizonte, Lisboa) + Dicionário de Nomes Próprios, de Orlando Neves (Notícias Editorial, Lisboa).
No seu delicioso livro A Vida Íntima das Palavras (editora Arx, São Paulo), escreve o professor universitário e ensaísta brasileiro Deonísio da Silva:
«Augusto: do latim 'augustuus', augusto, reverente, elevado, majestoso. Quem mais encarnou as excelências da denominação foi o imperador Augusto, a quem a rainha Cleópatra inutilmente tentou seduzir, depois de ter envolvido com sua sensualidade a outros dois imperadores romanos. Como adjetivo, a palavra aparece nesses versos de "Minha terra", de Casimiro de Abreu: "foi ali, foi no Ipiranga / que com toda a majestade / rompeu de lábios augustos / o brado da liberdade". Quem mais encarna o tratamento majestoso hoje em dia são vereadores, deputados, senadores e homens de Estado que só se tratam de excelência, embora às vezes a saudação inicial, tão cerimoniosa, seja seguida de impropérios plebeus, sempre na boca do povo, sobretudo quando os augustos mexem em salários e rendimentos daqueles cuja semana não começa na terça-feira, nem termina na quinta, estendendo-se às vezes por sábados e domingos. Naturalmente, quando têm empregos.»