A palavra história e muitas outras terminadas como ela em sílaba átona acabada em -ia (circunferência, glória, pátria, etc.) foram consideradas como esdrúxulas e portanto acentuadas graficamente, com acento agudo ou circunflexo, consoante a vogal tónica exigisse um ou outro.
Ora, como Rebelo Gonçalves veio a sublinhar, tais palavras são graves terminadas em ditongo crescente e não esdrúxulas; o acento gráfico foi-lhes mantido, mas com justificação mais exacta. Portanto, his-tó-ria, van-gló-ria, Lu-si-tâ-nia, prin-cí-pio, etc.
Curiosamente, os espanhóis já tinham dado por isso no castelhano, e, embora acentuando graficamente as esdrúxulas (ou proparoxítonas), não procedem assim com as paroxítonas (ou graves) terminadas em ditongo crescente; sirvam de exemplo «célebre» e «corsario». E, enquanto nós não empregamos acentos nos vocábulos graves em -ia (fazia, alegria, etc.), «nuestros hermanos» põem acento agudo no i destes («alegría», «filosofía», etc.).