DÚVIDAS

A simplificação da Língua Portuguesa

Sabemos que a linguagem surgiu pela necessidade de uma codificação escrita de mensagens, ainda que, nossos escritores e eruditos, vejam nela algo mais profundo e sublime do que esta modesta função. Se vejo a linguagem como uma forma prática de comunicação entre universos diferentes, por que ela guarda dentro de si tantos fatores complicadores ao seu aprendizados na forma de mistérios, dogmas e regras, zelosamente cultivados pelos que dela têm o domínio? Não seria desejável e necessária uma simplificação da interpretação dos códigos para que todos, até mesmo os menos dotados, pudessem melhor se comunicar? Por que a Língua Portuguesa tem tantas regras incoerentes de acentuação? Por que ora o "G" ou o "C" são fonados de forma diversa se estão seguidos de "e" ou "i"? Por que o "Ç" existe para servir apenas a 3 vogais, se há outros símbolos que produzem o mesmo efeito? Por que o ditongo decrescente ou o tritongo? Muitas línguas não têm nada disso e, nem por isso, deixam de bem cumprirem sua finalidade…

Em resumo, por que a Língua Portuguesa tem que ser, desnecessariamente, complicada, se é viável uma simplificação objetiva, que não lhe castre a alma?

Resposta

Embora possa parecer-lhe estranho, a língua portuguesa é daquelas cuja ortografia é menos complicada, como ressalta do livro tão precioso Aussprachlehre der hekannteren Fremdsprachen, da autoria do Prof. Dr. Max Mangold. Isto não quer dizer que a sua ortografia não possa ainda simplificar-se, a fim de poder, por exemplo, emparceirar com as línguas europeias de maior correspondência entre a ortografia e a fonética, que são o finlandês, o turco e o húngaro (as três, curiosamente, não indo-europeias), além do servo-croático (a mais fácil das eslavas, do ponto de vista que nos ocupa).

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