Para descobrir quando é que uma palavra tem aceitação oficial em Português, tem de consultar os dicionários, os vocabulários, os prontuários, dos mais recentes para os mais antigos, até verificar qual o seu primeiro registo. Os dicionários etimológicos são essenciais para, no início da pesquisa, verificar se a palavra provém do Latim ou de outra língua ou se foi já formada no Português por derivação ou composição.
Naturalmente que o registo nos dicionários é posterior à primeira utilização dessa palavra por autores credenciados.
Um dicionário que lhe poderá ser útil para este tipo de pesquisa é o Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Morais Silva, dicionário esse que, até 1949, teve as seguintes edições, sempre acrescentadas: 1789 (a partir do dicionário composto pelo padre D. Rafael Bluteau), 1813, 1823, 1831, 1844, 1858, 1877-78, 1890, s/d, 1949. Nesta data, já este dicionário se chama de Grande Dicionário da Língua Portuguesa (12 volumes, 12 278 páginas e 306 949 vocábulos). Posteriormente, surge o Novo Dicionário Compacto da Língua Portuguesa (5 volumes, 1.ª ed. - 1961, 2.ª ed. - 1980, 3.ª ed. – 1987), da Editorial Confluência.
Outros dicionários a referir podem ser os de Antenor Nascentes e de José Pedro Machado.
Como Vocabulários, indico os de A. R. Gonçalves Viana, de 1913 e de Rebelo Gonçalves, de 1940.
Concluindo a resposta à sua pergunta, a palavra "sexualidade" ainda não vem registada na edição de 1878 do Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Morais Silva, mas já vem registada na edição de 1890, tomo 2, pág. 807 (Editora Empresa Literária Fluminense).
Posteriormente, essa palavra passa a aparecer registada nos dicionários e vocabulários, de que refiro apenas três: em 1913, no Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa, de A. R. Gonçalves Viana, pág. 541, em 1940, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, por Rebelo Gonçalves, pág. 634 e, em 1948, no Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa, pelo Dr. Artur Bivar, I parte, II volume, pág. 1062.