A este respeito, citamos o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, que diz o seguinte na entrada Odivelas: «topónimo. Ferreira do Alentejo, Loures; ribeiro afluente do Sado. Sabe-se que o árabe uad, vulgar od- (“rio”) se torna Ode- em português quando a seguir se lhe junta vocábulo começado por consoante (Odesseixe, Odeleite, Odemira), mas é Odi quando antecede palavra iniciada por vogal (Odiana, Odiel). Isto serve, como creio, para inutilizar a hipótese de Joaquim da Silveira (“Revista Lusitana”, 33.º, p. 238) que tira do árabe uadi belaa, “rio da olá ou do remoinho”, com influência de topónimos próximos como Belas, Bucelas, Chelas, etc. Para mais, o segundo daqueles vocábulos arábicos tem acentuação diversa da julgada pelo ilustre investigador: é balla’a, com acento no segundo a, que no árabe vulgar da Hispânia passava a -é- ou -í-. E havia remoinho(s) no rio? Parece-me que a segunda parte do vocábulo Odivelas continua obscura. Talvez do pré-romano *belis, “negro, escuro”, “corvo”.»