Há várias opiniões sobre a origem do apelido Passos, sendo-lhe atribuída a procedência da religião e a origem geográfica.
Segundo José Leite de Vasconcelos, em Antroponímia Portuguesa, (Lisboa, Imprensa Nacional, 1928), «o apelido Passos, se algumas vezes pode ser tirado da religião (cf. Senhor dos Passos), outras pode ser geográfico, e neste caso devia escrever-se Paços» (p. 171), o que é confirmado por José Pedro Machado, em Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (Lisboa, Horizonte, 2003).
Sobre a origem religiosa de Passos, José Pedro Machado explicita o processo que levou ao nome (hierónimo de Senhor dos Passos), recorrendo à etimologia de passo (enquanto plural do nome) que deriva «do latim passu-, particípio passado do verbo patior, “sofrer”, em alusão aos sofrimentos e Jesus Cristo» (idem, vol. III, p. 1139). Por sua vez, devido ao facto de o nome próprio Passos se distinguir do do topónimo Paços (frequente em Portugal e na Galiza, para designar as terras que rodeiam um palácio, formada a partir do plural de Paço: Paço da Rainha, Paço de Arcos, Paço de Sousa, Paços de Ferreira, Paços de Vilharigues) somente na grafia, é-lhe atribuída, também, a procedência geográfica.
Apesar da relação estabelecida entre este apelido e a geografia, o Dicionário Etimológico dos Nomes e Sobrenomes (São Paulo, 1973), de Rosário Varânio Mansus Guérios, atribui a origem religiosa a este apelido: «Passos, sobrenome português de origem cristã; da invocação de Senhor dos Passos ou Senhor Bom Jesus dos Passos. Refere-se ao caminhar de Jesus para o monte Calvário» (p. 175).