Embora haja várias formulações (como essa que refere ou, mais simplesmente. «Estão verdes!» – exclamação referente àquilo que uma pessoa cobiça, mas de que desdenha por estar fora do seu alcance), a expressão consagrada é «Estão verdes, não prestam». Dela respigamos o que escreveu Orlando Neves, no seu Dicionário das Origens das Frases Feitas (Lello & Irmão Editores, Porto):
«A frase é do domínio comum para indicar alguém que desdenha algo porque não pode obter. Também a sua origem é conhecida. Corresponde a uma das fábulas que La Fontaine reescreveu: Eis a versão dela, feita por Bocage:
"Contam que certa raposa,
andando muito esfaimada,
viu roxos, maduros cachos
pendentes de alta latada.
De bom grado os trincaria,
mas sem lhes poder chegar,
disse: 'Estão verdes, não prestam,
só cães os podem tragar!'
Eis cai uma parra, quando
prosseguia o seu caminho,
e, crendo que era algum bago,
volta depressa o focinho."»