Pergunta:
Gostaria que me explicassem o que são verbos prototípicos e como proceder para os identificar numa frase.
Será sempre parco todo e qualquer agradecimento pelo vosso fantástico trabalho, por isso, aqui deixo um humilde «Muito obrigada a todos!».
Resposta:
À noção de categoria pode-se aplicar o princípio cognitivo da prototipicidade, desenvolvido por Rosch (1973 apud Hopper & Thompson, 1984). Segundo esse princípio, uma vez que a categorização humana não é arbitrária, mas faz-se de exemplares mais centrais para exemplares mais periféricos, são prototípicos os exemplares mais centrais de determinada categoria.
Sobre verbos prototípicos, traduza-se o que escreve John R. Taylor (Linguistic Categorization. Prototypes in Linguistic Theory, Oxford, Clarendon Press, 1995, pág. 193):
«Uma abordagem às classes de palavras baseada em protótipos foi (implicitamente) adoptada por Givón1 (1979). Este defende que a diferença essencial entre nomes e verbos reside na "estabilidade temporal" dos seus referentes. A estabilidade temporal constitui um continuum. Num pólo, estão as entidades com a maior estabilidade temporal, isto é, entidades que não mudam de identidade no tempo. Estas são (tipicamente) referidas como nomes. Por outro lado, os verbos prototípicos referem-se a entidades destituídas de estabilidade temporal, isto é, acontecimentos e rápidas mudanças de estado (1979:14). Outro corolário é os referentes dos nomes serem caracterizados em termos da sua existência no espaço; o típico referente nominal é uma coisa identificável e duradoura. Os referentes verbais, por outro lado, têm tipicamente existência apenas num certo ponto no tempo; o típico referente verbal é assim um acontecimento identificável (1979: 320 ss.).»2
Tendo em conta esta definição, verbos que representem acontecimentos (ex., cair, espirrar) e mudanças de estado (ex., nascer, morrer