Na Guiné-Bissau, é grande o contraste entre a época em que durou a libertação, quando se fizeram grandes esforços para multiplicar o número de escolas e massificar o ensino, o pós-libertação, com grande peso dos técnicos dos países do Leste europeu, e o momento actual. E se a rigidez dos métodos e conteúdos de ex-soviéticos, cubanos e outros (como a recusa inflexível de substituir o pombo dos manuais por uma ave mais africana...) ditou um distanciamento das populações do ensino escolar sob a égide do Estado, hoje proliferam as escolas "privadas", as escolas populares sob as árvores, porque a escolarização é valorizada. São as populações que as assumem e pagam, criando redes de solidariedade entre si (famílias que acolhem crianças de lugares distantes), respeitando o calendário das colheitas (as crianças são necessárias à produção agrícola), bem como o ambiente e o direito das raparigas a aprender (aqui conta o papel das ONG). Estão também a multiplicar-se escolas privadas nas madrassas (na origem ligadas à mesquista, mas na Guiné-Bissau apenas lugares de ensino, sendo a religião islâmica ministrada nas escolas corânicas), onde o português é ensinado em árabe e com recurso ao alfabeto desta língua.
Cf. Lingu[ü]istas debatem em Lisboa Português em África e neologismos de importação