Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço faleceu aos 97 anos, em Lisboa, no dia 1 de dezembro de 2020. Em perto de sete décadas, destacou-se como um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa, escrevendo várias e diversificadas obras sobre a sociedade e identidade portuguesas. Heterodoxia (o seu primeiro livro, publicado em 1949), Fernando, Rei da Nossa Baviera, O Fascismo nunca Existiu, O Labirinto da Saudade – Psicanálise Mítica do Destino Português*; O Canto do Signo. Existência e Literatura (1957-1993) + Os Militares e o Poder; O Esplendor do Caos; Do Brasil, fascínio e miragem; Crónicas quase marcianas; A Nau de Ícaro seguido de Imagem e miragem da Lusofonia; Do Colonialismo como Nosso Impensado; Antero. Portugal como Tragédia; e Pessoa revisitado: critica Pessoana são algumas das suas principais obras (perto de meia centena ao todo).
* Com posterior adaptação cinematográfica pelo realizador Miguel Gonçalves Mendes. Disponível já em DVD, trata-se de um ensaio documental interpretado e narrado próprio Eduardo Lourenço. «Aborda os quatro traumas que, segundo o livro, definiram o povo português: quem somos, o que fizemos, que atrocidades cometemos e quais os caminhos que podemos seguir. O filme conta com outras figuras importantes da cultura lusófona da atualidade, entre as quais Álvaro Siza Vieira, Gregório Duvivier, Gonçalo M. Tavares, José Carlos Vasconcelos, José Manuel Afonso, Pilar Del Rio, Diogo Dória, Lídia Jorge e Ricardo Araújo Pereira. Cada um assume-se como interlocutor e condutor das reflexões apresentadas na obra.»
Cf. Morreu Eduardo Lourenço, o filósofo que procurou Portugal no seu labirinto + Morreu Eduardo Lourenço, gigante do pensamento português + Eduardo Lourenço (1923-2020 + Eduardo Lourenço (1923-2020): a volúpia de pensar + Eduardo Lourenço, o maior ensaísta português do século XX + Eduardo Lourenço, no programa "Vidas que Contam", de Ana Aranha. [Emitido originalmente na Antena 1, no dia 2/11/2007, repetido em sua memória, no dia do seu falecimento.] + Uma obra “canonizada em vida” que talvez se possa enfim debater + Pensar, a grande subversão + Eduardo Lourenço e José Augusto França + “Hoje podemos estar uma vida inteira a ver cinema, televisão ou um ecrã e morrer sem ter entrado na vida”. Doze frases de Eduardo Lourenço + “Eduardo Lourenço já sabe agora o que Deus pensa dele” + “O caixão de Eduardo Lourenço tem a forma de Portugal.” A sublime homília de Tolentino Mendonça na missa de corpo presente do filósofo + ‘Eduardo antes de ser Lourenço'