Os relatores e comentadores futebolísticos da rádio e televisão enfrentam, no dia-a-dia profissional, uma tarefa árdua: comunicar o essencial em pouco tempo e poucas palavras. Amadeu José de Freitas, Artur Agostinho e outros, há alguns anos, sabiam ser concisos e rápidos, sem deixar de cultivar uma linguagem chamativa. Eram - Artur Agostinho, felizmente, ainda é - óptimos utilizadores da Língua Portuguesa.
Diziam frases simples: «Matateu perdeu a bola»; «Germano recuperou a bola»; «Quando faltam cinco minutos para acabar o jogo, o Sporting retém a bola».
Hoje, em circunstâncias semelhantes, que dizem os relatores?
«Nuno Gomes perdeu a posse da bola»; «Beto recuperou a posse da bola»; Quando faltam cinco minutos para acabar o jogo, o Sporting retém a posse da bola».
Vejam se percebem: não é um problema de gramática, mas de comunicação. Em nome dos nossos ouvidos, sejam menos pomposos. Não aprendam a falar com os doutores da Motricidade Humana. Peçam ajuda ao sr. Artur Agostinho.