O presidente do FC Porto foi traído por uma gralha. Sendo pessoa culta e partindo do princípio de que os jornalistas não dão erros ortográficos, só uma gralha justifica a comicidade do caso.
Entrevistado pelo Público, o presidente campeão teoriza sobre as relações entre o Ministério Público e os media e avança com uma analogia histórica: «Algo semelhante entre o que se passava na corte francesa (...).» Voici a parte culta.
E voici a parte, enfim... menos conseguida: «(...) em que os segredos de Estado eram partilhados na alcofa.» Ora, a alcofa, com f, é um cesto de abas.
A expressão corrente é «segredos de alcova», com v, embora numa alcofa caibam segredos de alcova e vice-versa, e alcofitar, com muito boa vontade, seja aceitável como sinónimo de alcovitar. De qualquer maneira, a última palavra cabe sempre ao Ministério Público.
in Correio da Manhã de 19 de Junho de 2007 (título adaptado)