Num mundo ideal, os livros não teriam erros. Claro está que não vivemos num mundo ideal, e os erros inundam diariamente a televisão, o cinema, os jornais e os próprios livros. Mesmo assim, os manuais de escrita, jornalística ainda por cima, justificariam um zelo acrescido na utilização da língua.
Não foi o que sucedeu logo na capa deste livro, com aquele 1º [um grau], em vez de 1.º [primeiro]. Um desleixo contraditado pelas próprias recomendações no capítulo dos numerais e no das abreviaturas. «Façam o que eu digo, não façam o que eu faço»…
Menos negligenciável é o erro que ocorre no Anexo da Nova Grafia do Português decorrente do novo Acordo Ortográfico. Nas páginas 325 e 326, distingue-se entre o «português» e o «brasileiro». Desde quando há uma língua brasileira?!
Uma referência negativa, ainda, para a omissão, na bibliografia, de tantos e tantos manuais de redacção e livros de estilo, portugueses e brasileiros, anteriores a este autodescrito primeiro manual de escrita jornalística editado em Portugal. Alguns deles, por sinal, bem mais completos e rigorosos do que este Ainda bem Que Me Pergunta…