O Ministério da Educação de Portugal anunciou que o Português (com a Filosofia) deixa de ter exame final obrigatório no 12.º ano. Nada mais coerente num governo que, fazendo tábua rasa do elevadíssimo índice de reprovações dos alunos do ensino secundário e do básico na sua própria língua, erigiu o Inglês como o abracadabra do desenvolvimento do País logo a partir das primeiras letras1. E não é o primeiro-ministro que repete sistematicamente a construção anglófona do "years ago" («anos atrás») no seu pleonasmo recorrente "há anos atrás"? Qual a admiração, então?!
1Uma das razões apontadas para essa outra calamidade escolar em Portugal, que são as reprovações generalizadas em Matemática, é o défice dos alunos em Língua Portuguesa. Ou seja: nos exames e provas de avaliação em Matemática, os alunos não percebem, percebem mal ou interpretam defeituosamente as perguntas e forrmulações escritas... em Português. Nada mais coerente, pois, do ponto de vista pedagógico ora em curso, do que aligeirar ainda mais as exigências curriculares do Português. Por exemplo: porque não, já agora, por exemplo, pôr os exercícios de Matemática em... Inglês?