«Alguma vez sente que Portugal é muito pequeno para si?
Não sei... Às vezes há coisas que gostava de fazer e [penso] que se calhar não são tão aceitáveis. Isso talvez vá de encontro à pergunta. Mas nós vamos crescendo e, sobretudo com a Internet, o mundo tornou-se muito pequenino. Há tipos na Malásia que eu considero meus vizinhos, porque hoje praticamente vemos as coisas a acontecer em direto.»
Gisela João, num extrato da entrevista concedida à revista do semanário Expresso, de 31 de janeiro de 2015.
Até é bem provável que o erro seja da entrevistada – dizendo «... de encontro a...» em vez de «... ao encontro de...», muito comum num registo de oralidade menos cuidado. Em casos destes, o que deve fazer então o entrevistador-jornalista, a quem cabe, depois, publicar a reprodução do que lhe foi respondido em forma escrita? Transcrever ipsis verbis a incorreção (e, com essa difusão acrítica, conferir-lhe pública aceitação)? Assinalá-la devidamente como um descuido do seu interlocutor (com o correspondente anátema disso mesmo)? Nem uma coisa, nem outra. Mas, para tal, seria preciso que quem ouviu o erro soubesse que era mesmo um erro. E, em última instância, que tivesse havido uma revisão (mais) atenta.