«É bom de ver à lupa os golos do Benfica ontem à noite no Estádio da Luz», ouviu-se numa notícia do Diário da Manhã da TVI (13 de Março p. p.).
Obviamente está a mais a preposição de. O sujeito do predicado «é bom» é toda a sequência «ver à lupa os golos do Benfica ontem à noite no Estádio da Luz»: «ver à lupa os golos do Benfica é bom».
Exemplos da mesma situação: «É bom recordar o passado» (= recordar o passado é bom); «é bom aprender a ler» (= aprender a ler é bom).
Logo: «É bom ver à lupa os golos do Benfica ontem à noite no Estádio da Luz.»
Na frase em causa, foi feita uma incorrecta analogia com a construção presente nas expressões «fácil de ler», «difícil de encontrar», «bom de levar», em que o infinitivo é um complemento do adjectivo, e não o sujeito. Exemplos: «este romance é fácil de ler»; «esta substância é difícil de encontrar».