1. «A Cruz de D. Sancho I, uma rara peça de ourivesaria europeia, do século XIII, encrostada de jóias»
in A Dama dos Museus – Visita ao Museu em dez obras-primas ("Expresso", caderno "Actual", 22 de Abril de 2006)
A Cruz de D. Sancho I, apesar de se tratar de uma peça do século XIII, não está cheia de crostas, nem sequer crostas de jóias. A autora da peça (jornalística) deverá ter querido escrever «incrustada de jóias». Um erro destes justifica o destaque e a correcção, por estar incrustado num texto de divulgação cultural.
2. Nada a fazer com o disparate do humanitário, em vez do humano? É o que apetece dizer, tal a sua recorrência na comunicação social portuguesa – como voltou a ouvir-se no "Bom Dia, Portugal", o espaço de notícias matinal da RTP-1.
A notícia referia-se à diminuição do auxílio alimentar da ONU aos refugiados do genocídio no Darfur, devido à falta de apoio internacional em víveres ou dinheiro. «Vai assim agravar-se a tragédia humanitária nesta região do Sudão», comentou o pivô de serviço.
Mau serviço – ainda por cima sendo ele de uma televisão pública... portuguesa. O contrário da sua homóloga espanhola, a TVE, bem mais rigorosa no bem falar castelhano dos seus jornalistas (como exemplificou um deles, a propósito dessa mesma notícia): «... así se agravará la tragedia humana en Darfur.»